BROTAS DE MACAÚBAS: FESTA DO DIVINO- CONHEÇA A HISTÓRIA
Publicado em: 04/5/2016Propagada como “uma linda história de amor e fé com mais de 200 anos”, a Festa do Divino começa em Brotas de Macaúbas nesta sexta-feira, dia 6 de maio, com o início do novenário e a Fincada do Mastro – quando o Capitão Jairo Ferro marca os festejos de Pentecostes. Tradição cultural e religiosa que se repete a mais de 200 anos, a Festa do Divino Espírito Santo movimenta a cidade de Brotas de Macaúbas, na Chapada Diamantina. O Dia de Pentecostes cai este ano no dia 15 de maio, mas os festejos começaram após a Páscoa, com as Esmolas, quando a Bandeira do Divino é levada a todos os recantos do Município pelo imperador e o capitão do mastro, este ano, respectivamente, os primos Mário e Jairo Ferro,
Um dos pontos altos dos festejos acontece no sábado, dia 14, com a chegada da Cavalaria. Seguido por centenas de cavaleiros, o Imperador do Divino faz sua entrada triunfal trazendo a Bandeira vermelha com a pomba branca, símbolos do Império do Divino. Depois da missa e dos leilões, a festa toma conta da Praça Dr. João Borges (da Matriz), com apresentação de atrações musicais e artistas da terra. Este ano, se apresentam a banda Torres da Lapa e o cantor Ismael Oliveira. No domingo, dia 15, tem shows com Renan Moreira e Isalino Miranda.
A Festa do Divino Espírito Santo em Brotas de Macaúbas foi trazida pelos primeiros garimpeiros, em sua maioria oriundos do Arquipélago de Açores (Portugal), no auge da descoberta dos diamantes. A devoção movimenta hoje quase toda a população do município que se mobiliza em torno da sua essência religiosa, cultural e folclórica. Cabe ao Imperador, sempre acompanhado de sanfoneiros, tocadores e cantadores levar a Bandeira do Divino para todas as comunidades, entrando em todas as casas, revivendo a tradição das Esmolas, em busca de donativos para a festa.
A BANDEIRA
As manifestações em torno da Festa, a cada nova edição, transcendem os nove dias que compreendem o novenário e os leilões, a Alvorada, a Cavalaria e a Fincada do Mastro, englobando diversas manifestações em até três meses antes da sua data oficial. A passagem das Bandeira recolhendo as esmolas por todas as casas em todas as comunidades une brotenses e visitantes nesse sentimento de alegria e devoção. O tom da sanfona dá a deixa para que o Hino às Esmolas ecoe como um mantra sagrado que tudo diz da história cultural e religiosa de nossa região.
A CAVALARIA
A Cavalaria, por exemplo, traz o Imperador ou Imperatriz, o capitão ou a capitã do Mastro com a Bandeira do Divino na véspera do Dia de Pentecostes. O desfile dos cavaleiros e amazonas pelas ruas de Brotas atrai visitantes de toda os cantos da Bahia e do Brasil.
É um momento mágico e de emoção que reúne o povo usando roupas vermelhas, pagadores de promessas e grupos musicais, todos agradecendo as graças recebidas do Divino Espírito Santo.
O RESGATE
Uma tradição cultural de mais de 200 anos é uma joia que Brotas de Macaúbas vem mantendo graças ao esforço de uma legião de pessoas, em sua maioria sem recursos que possam garantir a sua integralidade. A depender do Imperador e do Capitão do Mastro (os organizadores), a festa acontece com mais ou menor brilho. Depois de anos quase no ostracismo, principalmente nos dois períodos ditatoriais – anos 30 e 40 e mais adiante 60 e 70 -, a população tem buscado o regate dessa importante manifestação cultural, responsável pelo grande número de músicos, especialmente sanfoneiros, que surgem a cada ano. Mas esse resgate esbarra nos poucos recursos financeiros. Brotas de Macaúbas é um município pequeno e a Prefeitura sozinha não consegue fazer jus a todas as demandas.
São gastos com o transporte do Imperador e do Capitão, além do grupo de músicos e cantadores, para a cantoria nas Esmolas nas cerca de 80 comunidades. Há também a contratação de atrações musicais para o tradicional show na Praça da Matriz. Acreditamos que esses eventos são determinantes para a formação de novas gerações de músicos e pessoas que possam garantir a tradição da festa nos anos futuros.
COMO CHEGAR
Chega-se a Brotas de Macaúbas, de Salvador, pegando a BR-116. No Posto Paraguaçu, toma-se a BR-242 (Bahia-Brasília). São 600 quilômetros com direito à paisagem inóspita da caatinga, mas passando por lugares deslumbrantes da Chapada Diamantina, como o Morro do Pai Inácio e a Serra da Mangabeira. Brotas fica 140 depois da cidade de Seabra – 30 quilômetros após da descida da Mangabeira e a perigosa serpente de curvas, se pega a rodovia estadual (38 quilômetros), a partir do Entroncamento (Posto Luisão).
A estrada para Brotas está bem cuidada e o asfalto é recente e a paisagem gratifica, descortinando belíssimas serras, culminando com a verdadeira miragem da natureza que é o Vale da Colônia, com suas fazendas de muito verde. A cidade de Brotas de Macaúbas é cercada por morros, estando a 1.184 metros de altitude, o que lhe empresta um clima ameno. De dia o sol é tórrido, mas as noites de inverso são de muito frio mesmo.
Para quem vem de Brasília o caminho para Brotas é inverso, mas atravessa a mesma BR-242, no sentido contrário, passando por Barreiras, atravessando o Rio São Francisco em Ibotirama. A entrada para Brotas fica logo após a Ponte do Rio Paramirim. Pode-se chegar à cidade por avião. Em Brotas existe um bom campo de pouso, que serve a aeronaves de pequeno porte. Mas não há voos regulares, podendo-se contratá-los. De São Paulo há voos para o Aeroporto de Lençóis.
ONDE FICAR
Há algumas pousadas em Brotas de Macaúbas. Mas é bom reservar vaga com antecedência, pois durante a Festa do Divino a procura é grande. Informe-se na Prefeitura (077) 3644-2152:
Pousada Vovó Terezinha – Fica no Caminho da Santana, ao lado do Balneário. O lugar é muito bem equipado, com piscina, churrasqueira e excelentes acomodações, inclusive com ar condicionado.
Pousada Bem-Estar – Na entrada da cidade, bem pertinho do açude e da clínica (há refeições, serviço a cargo de Marilda).
Pousada Coral – Praça Horácio de Matos, em frente ao Hospital Municipal.
ONDE CURTIR
Como toda cidadezinha do interior, afora as atrações de passeio, não há muito o que fazer, principalmente à noite. Mas existem alguns points legais, onde rola a paquera.
Bar do Peixe – É o point de encontro da galera descolada da cidade. Aí pode-se comer um delicioso peixe (frito ou na brasa), mas é bom encomendar com antecedência pois a procura é grande.
Quiosque do Joãozinho – Na Praça Dr. João Borges, bem no centro da cidade, o lugar também é ponto de encontro da juventude e local onde há lanches e sucos.
Quiosque Central – Também na Praça da Matriz é point dos mais procurados, onde também serve-se refeições
Lanches Mix – Point da galera mais jovem, na Rua D. Pedro II, o local tem ótimas opções para lanches.
Samborar – Este bar é aconchegante e bem reservado, e conta com o atendimento atencioso e especial de Valdinei, uma das figuras mais estimadas de Brotas.
Bar da Nilza – Fica na entrada da cidade, perto do Tanque. É um lugar bem agradável.
Bar de Noé – Na antiga venda de seu Henrique Viúvo, seu pai, o Bar de Noé fica na saída da Rua do Calçadão, no fundo da igreja. A cerveja é geladíssima e o bom papo é garantido.
Boate D+.Com – Agora com Dema e Deba no comando, a boate reúne a galera, seja para festa com DJ ou mesmo para curtir clips e DVDs, fazer um lanche rápido e tomar uma cervejinha bem gelada.
Santana Ville – Na estrada da Santana, o local é bem equipado e serve de ponto de encontro para quem gosta de boa música. Aos domingos sempre rola concorrida feijoada.
ONDE COMER
Além de tira-gostos e do rango nas pousadas e bares, a grande dica é o Restaurante de Sandra e Baito. Fica na entrada da cidade, antes do Açude.
Há também o Restaurante do Dadá (Praça da Cultura, ao lado do Colégio Cenecista).
Outra opção é o Restaurante de Marilda, na Pousada Bem Estar (Praça Horácio de Matos, ao lado do Hospital Municipal)
PONTOS TURÍSTICOS
Em Brotas de Macaúbas a mãe natureza não economizou no verde dos jardins, ou no frescor das águas, muito menos na imponência das serras e nem no brilho dos minérios. São recantos especiais. Eis alguns exemplos:
AÇUDE – Logo na entrada da cidade, o lago sereno cercado de verde ganhou da população o nome de Açude. O local é belíssimo, principalmente pela composição com a Serra da Colônia que empresta sua majestática presença ao bucolismo do açude.
BOQUEIRÃO – A água da bica tem cheiro fosfórico e, dizem, é medicinal. Fica num grande boqueirão cheio de árvores. O caminho é por areia escura, mas vale a pena o desafio. O lugar é agradável apesar de descuidado pelos poderes municipais.
PEDRA DO URUBU – Do Boqueirão, subindo a serra, chega-se à Pedra do Urubu, de onde é possível ter uma macro visão da cidade. Contam que dali o coronel Horácio de Matos defendeu o lugar de invasores no começo do Século XX.
POUSADA VOVÓ TEREZINHA – à beira do Açude, o local oferece momentos de diversão e lazer, com, churrasqueira (agendar com antecedência) e o banho de piscina.
NOS ARREDORES há o Lajedo, Três Reses, Santana, Colônia, Olho D´Água, São Pedro que podem se transformar em lugares para ótimos passeios.
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